Anatomical Folding Book
05 ABR–30 JUN, Seg–sex, 9:00–17:00; Sáb–dom, 14:00–18:00
Parceria Anozero – Bienal de Coimbra/Bienal de Arte Contemporânea de Lyon
Anatomical Folding Book questiona o conhecimento científico anatómico, que é padronizado por estruturas patriarcais e pelo pensamento eurocêntrico. A relação com o próprio corpo é demonstrada usando exemplos de corpos brancos, musculados, heteronormativos e saudáveis. Ao longo da história da humanidade, este tipo específico de corpo tem sido coletivamente observado e admirado em salas de operações, celebrando o progresso científico da medicina e das ciências humanas. Sempre no centro está o mesmo tipo de corpo, um padrão de perfeição e invencibilidade, uma natureza humana definida por um único homem que detém o poder nas suas mãos. Do outro lado da história, os nossos corpos foram exotizados e pervertidos pela violência. Tendo este conhecimento como experiência, os meus livros dobráveis resistem às estruturas de pensamento hegemónicas da história europeia.
Não existem corpos exemplares. Pelo contrário, a diversidade aponta claramente para as inúmeras possibilidades de formas e funcionalidades do corpo. Sublinho o potencial de jogar com a própria fisicalidade e desafio a ideia de fluidez corporal. Existem inúmeras razões para modificar estrategicamente os nossos corpos não brancos, necessárias para a sua cura e repouso. Não estão finalizados, mas são processuais; são coletivos. Estão frequentemente doentes e morrem todos os dias. Através dos nossos corpos, abordo a violência epistémica e o pensamento colonial que os padroniza coercivamente, excluindo-nos completamente de processos que nos são necessários. Os meus cadernos de desenho jogam um jogo que abre a possibilidade de uma construção coletiva de diferentes formas e composições sem ordens hierárquicas de órgãos dentro de nós. Esta ideia não é didática nem pedagógica; é uma tentativa de reaprender e repensar o que nos foi dado. Isto só pode acontecer coletivamente se eliminarmos o poder individual nas nossas sociedades.
Nesta série, o coração ocupa o lugar central, servindo como símbolo das emoções, do amor, do cuidado e da compaixão. Quando percecionamos um corpo através destas lentes, ganhamos a capacidade de reconhecer os aspetos positivos nos outros. Anatomical Folding Book convida-nos a repensar o conceito de corpo e desafia-nos a abandonar a tendência para medir e condenar a diversidade. A objetificação do corpo é uma construção que perpetua a violência e o isolamento, e este projeto procura destabilizar e desafiar essas noções.
Nascido em 1986 em Hnúšťa, Eslováquia, Gabris estudou figurino e design de palco na Academia de Artes Cénicas de Bratislava (2006-10) e design de palco na Academia de Belas Artes de Viena (2010-14). Exposições individuais (seleção): Strabag Kunstform, Viena, AT (2021); Villa Romana, Florença, IT (2021); Bunker del Castello di Udine, Udine, IT (2017); e Collective by Pure, Xangai, CN (2015). Em exposições coletivas, o seu trabalho foi apresentado na Biennale Sydney - Ten Thousand Suns, AUS, Documenta quinze em Kassel (como parte da Off Biennale Budapest), DE; no rotor em Graz, AT; Künstlerhaus Vienna, AT; Tent Rotterdam, NL; Württembergischer Kunstverein em Estugarda, DE; Bergen Assembly, NO; transit em Bratislava, SK; Landesgalerie Eisenstadt, AT; e Wien Museum, AT, entre outros. Foi artista residente na MeetFactory, Praga, CZ (2022); na K.A.I.R., Košice Artist in Residence, SK (2021); e na Villa Romana, Florença, IT (2020), entre outros. Foi galardoado com os seguintes prémios: Prémio Jindřich Chalupecký, Brno, CZ (2021); Prémio de Reconhecimento, Prémio de Arte Strabag, Viena, AT (2021), Prémio de Arte Belvedere, Viena, AT (2022).
Participantes
PROCESSO 8868
19 ABR, 21:30
Podcast – Auto das Ciganas, de Gil Vicente
5 ABR, 11:00
Incluindo a Liberdade & Geração da Liberdade
13, 29 MAIO 2024, 17:30
Entre espaços – O Fantasma da Liberdade em duas obras da Fundação Altice
05 ABR–15 SET, Ter–dom
Auto das Ciganas, de Gil Vicente
06 ABR–30 JUN, Qua–dom
ANOZERO ÁGORA: Liberdade e Fantasia
13–18 MAI, 14:00–19:00
Peço a palavra!
24 ABR–20 MAI, Seg–sáb