Nova Escultura Galega

(NEG)

Nova Escultura Galega (NEG)

Espanha,

NEG (Nova Escultura Galega), fundado em 2018, é um coletivo formado pelos artistas Misha Bies Golas (Lalín, Espanha, 1977), Alejandra Pombo Su (Santiago de Compostela, Espanha, 1979), Jorge Varela (Allariz, Espanha, 1971) e Diego Vites (O Grove, Espanha, 1986). Surgiu a partir do intercâmbio de materiais, documentos e imagens entre os seus membros — o que, mais tarde, resultou em processos criativos colaborativos em torno da elaboração de um arquivo comum. NEG é uma sigla que remete para um imaginário revolucionário das utopias estéticas e políticas, e tem como objetivo a construção de um conhecimento contraenciclopédico, cujo foco é uma visão indisciplinada da História.

Centrada nas especificidades estéticas ligadas às tradições locais, às modernidades periféricas e plurais (em especial, as galegas, mas também dos países do Leste Europeu), a ação dos NEG desdobra-se em diferentes exercícios de assemblage e instalações, os quais estabelecem relações rizomáticas entre os objetos e imagens resguardados pelo arquivo do grupo. Quando reunidos e retrabalhados, os mesmos passam a desafiar as narrativas hegemónicas, dando espaço a novas leituras mais abertas, menos hierárquicas e que transbordam além de si mesmas, imprimindo certo delírio e ficção à experiência artística a partir da História.


Plan Coimbra -1924-1974-2024-, 2024

Instalação, técnica mista, dimensões variáveis

Cortesia dos artistas.

A instalação Plan Coimbra -1924-1974-2024-, do coletivo NEG (Nova Escultura Galega), comissionada por esta bienal, adota como ponto de partida um espaço temporal que abarca os cem anos que transcorrem entre 1924, data da publicação do Manifesto Surrealista, de André Breton, 1974, data da Revolução dos Cravos, e o ano corrente. Através de um trabalho de investigação, coleta e montagem, encontram-se compilados objetos de diferentes procedências, como pedras, souvenires, cartazes, livros e imagens, que se articulam numa espécie de linha do tempo que, no seu delírio rizomático, se anula a si mesma.

Dentro do Colégio das Artes, é criada uma ocupação a partir dessa amálgama de objetos de autoria e natureza distintas, que, ao coabitar o espaço, derivam um novo tempo não linear. A ironia e a criticidade lúdica manipulam e desarticulam os objetos a partir de um olhar estrangeiro, desconstruindo idealizações, brincando com os clichês e afastando-os dos seus contextos originários. Neste exercício, também são repensadas as possibilidades de significação daquilo que se entende por «escultura». Em colaboração com o coletivo NEG, trabalharam para a elaboração de Plan Coimbra -1924-1974-2024- os alunos Inês Santos, Ana Almeida, Carolina Esteves, Joana Encantado, Maryna Khrypun, Thaíssa Dillÿ, Victoria Lacerda, Jennifer de Sousa, Michelle Brito, Mariana Quinteira, Mariah Raposo, Rebecca Battisti, Carla Ferreira, Sónia Honório, Tiago Sobral, Mariachiara Ceccato, Mariana Andrade e Lea De Nardo, da Universidade de Coimbra, com a coordenação da artista Vanda Madureira.

Nova Escultura Galega gallery image

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© Jorge das Neves

NEG é um coletivo baseado na Galiza, cujo trabalho tem vindo a ganhar crescente relevância nas discussões sobre o local. Tem vindo a expor em diversas instituições em Espanha e Portugal, de entre as quais se destacam: Centro Internacional das Artes José de Guimarães, Museo do Pobo Galego, Fundación Laxeiro, Galeria Municipal do Porto, Casa de Iberoamérica, NORMAL.