«amanhã, depois de amanhã: palavras que, em 2013, pinto num livro coeditado com PáreasParias. Nesse ano, vivo durante seis meses em Rennes, e, sem intuir e muito menos planear, inicio dois projetos que me acompanharão nos dez anos seguintes, amanhã e cartas de amor. amanhã é um projeto transdisciplinar que se multiplica em livros de artista, um conjunto de pinturas sobre papel (diversas dimensões), uma videoanimação e uma instalação que inclui cartazes A2 distribuídos gratuitamente. Sendo o cartaz um modesto objeto gráfico, porém de natureza eminentemente política, reivindico amanhã, amanhã, amanhã. Admiradora de Ernesto de Sousa e do movimento Fluxus, também para mim todos os materiais são nobres e convido o visitante a apropriar-se — no sentido literal — da obra. Quem quiser e gostar pode levar cartazes para casa. Exponho e partilho uma oração, um mantra, um fluxo, um anseio de vida. Em 1974, aprendemos em comunidade a viver em democracia. Que em 2024 se celebrem os direitos civis e jurídicos conquistados, e que se reflita o muito que há ainda a fazer, um desejo de futuro, amanhã.» (Isabel Baraona).